quinta-feira, 19 de junho de 2014

Não há nada pior na vida dela do que a maldição de ser ela mesma. As vezes ela queria acordar e perceber que era tudo um sonho ruim, o problema é que ela simplesmente não consegue dormir. Ela percebe as lágrimas rolarem por seu rosto sem parar, mas ainda sim ela sente que vai sufocar com o nó preso na garganta. Ela não sabe quem culpar, simplesmente busca uma razão para sentir-se assim, se é que existe alguma além dos males que vivem dentro de sua própria cabeça.
Sua vida não é difícil, nunca foi. Ela sempre teve tudo o que precisava para viver... Boas escolas, boas notas, boa família... Embora todos a vejam como uma garota feliz e sempre bem humorada, ela não consegue ser feliz de verdade, seus sorrisos sempre escondem algo. Quando chora, ela chora sozinha, onde ninguém pode vê-la sofrer. Normalmente conta com a presença de longos banhos ou de madrugadas acompanhadas da respiração pesada dos que já dormem. Ela imagina, sozinha, formas de dar fim às suas dores, Aquelas que as pessoas dizem que ela não pode sentir, e que ela passa os dias na tentativa de esconder. É uma pena, para ela, que não tenha coragem de fazer nada, nem para melhorar, nem para fugir.
Assim ela apenas permanece na própria inércia, olhando para o seu álbum de des-conquistas, se livro de orgulho cheio de nada, suas caixas de sonhos vazias, suas planilhas de coisas não planejadas. Sem um sonho, sem nenhum motivo para seguir em frente, ela simplesmente levanta e se deita na luta de encarar cada dia na esperança de que seja o último.

Hanny Writter