sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Para o azul e laranja da minha vida

Foto: eu e minha priminha (:



Queria o mundo ser belo,
Belo como és tu.
Belo como o sorriso que brota em ti,
Com a beleza que só existe em uma.


Cada pequena parte me sauda,
Me alegra...
Cada pequena parte de ti,
Detalhes que busquei no espelho, mas não vi.


Do branco puro de tua pele,
Ao toque quase sombrio de teus pensamentos.
São teus e só,
E esse excêntrico fascina.


Sobre fascinação posso dizer
Que, apenas em te ver,
Qualquer mortal se encanta,
Como fosse tu mitológica.


Mitologia, dizes, não existe,
Mas não fiques triste,
Pois cada mera ideia é real
Desde que se acredite.


E minha crença é forte,
E creio desde criança,
Naquela que me ensinou minha dança,
Nos versos de seu carinho.


Versinhos soltos para minha priminha, que tanto amo (:
Hanny Writter,  20/09/2012

Tecelagem


Foto: minha amada vozinha Dona Tonica


As mãos, visivelmente cansadas,
Teciam sem nunca terminar...
Teciam a vida em fios,
Cada entrelaçado era uma história.


As mãos, marcadas pela passagem,
Mexiam rapidamente as agulhas,
Mexiam as colheres...
Mexiam minhas emoções.


Hoje, essas mesmas mãos,
Tecem sem fios, sem agulhas,
Sem nenhuma palavra...
Tecem só meus pensamentos.


Essas mãos que teceram uma família,
Mãos que secaram lágrimas diversas,
Mãos que acalentaram corpos,
Mãos que transformavam tudo em esperança.


Essas mãos hoje repousam sobre o colo,
Aparam a cabeça adormecida,
Ajeitam, delicadamente, os cabelos brancos,
Mexem o botão da camisa.


Essas mãos carregam a fé,
As possibilidades,
Carregam as minhas mãos
E são feitas de destinos.
Essas são as mãos cansadas,
De minha avó, mulher feita de sabedoria,
Mãos que, por egoísmo,
Não consigo soltar.



Hanny Writter,
01/10/2012

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Incomodava o fato de nem sempre ser entendida, de nem sempre se sentir respeitada ou amada, incomodava o fato dele ser tão desligado. Incomodava o fato dela se importar tanto, querer tanto, amar tanto. É muito difícil se entregar, estar junto, conviver com as dificuldades e continuar em frente. É a ideia de cavalgar, escolhe-se o cavalo, o caminho, mas nem sempre se pode controlar tudo, como a velocidade. Quando o cavalo chega a uma velocidade muito alta, e o corpo do "montador" vai, com a inércia, sendo arremessado para cima e depois acomoda-se na sela novamente, trazendo uma sensação de insegurança, vulnerabilidade e medo mas, ao mesmo tempo, a sensação de liberdade, prazer e adrenalina, que faz valer a pena se arriscar um pouco.
Enquanto se sobe o morro e se mistura entre árvores e trilhas, em busca do desconhecido, e o cavalo relincha e continua o trote entre as folhas do chão, há a curiosidade, a expectativa e a idealização do que se vai encontrar. Aonde esse caminho leva? Deve-se ir para a direita ou esquerda? Quais são as possibilidades? E, então, depara-se com a vista, o verde, o vento, o cheiro de liberdade. Lá de cIma se vê o começo e o fim da terra, um horizonte sem descrição.

Hanny Writter
06/04/2012

domingo, 25 de março de 2012

Mensageiro


O vento sopra, silenciosamente,

O vento é quem me fala,

Ele que me conta,

Me diz coisas da vida.



O vento que assobia,

Que canta e sorri.

O vento que me chama,

Me convida a aventuras únicas.



Vou, então, aventurar-me,

Vou segui-lo, deixá-lo guiar-me.

Vou-me por montanhas, rios,

Por entre os pinheiros cantantes.



Vou-me por lugares imaginários,

Em cenários tão bem criados,

Tão reais quanto o vento que sopra.

Que me conta sobre coisas da vida.



Hanny Writter

25/03/2012

A Canção




Porque o amor é uma canção suave, de voz grave e macia


Ao som de Elvis Presley, aquela voz, aquele ritmo, aquele sentimentalismo. Algo que pede um uma dose de “uísque” e um mordiscar de lábios. Foi ao som de Elvis que ele a embalou, em pensamento. Ao som macio e gostoso que ele se pegou pensando nela. O copo se esvaziara e ele ainda pensava nela dançando ao som de Elvis.
Never know how much I love you” e ela também pensava nele. “Fever” e ela queria beijá-lo. Ela fecha os olhos e a imagem dele se projeta nas pálpebras fechadas.
This time the girl is gonna stay” e ele sorria, se acomodava melhor na cadeira e girava o copo, agora meio cheio, enquanto ainda pensava nela. “I just can't help believin'” e ela se esticava na cama, de olhos fechados, e pensava no cheiro da pele dele. Mesmo longe, parecia que ele estava ali e, de alguma forma compartilhava o momento com ela.
Ela levanta, esboça um passo ou outro e gira, gira da mesma forma que o uísque no copo dele. Os braços dela se movem lentamente, os pés dele acompanham o ritmo, ela sorri, ele também. “The wonder of you” e eles ainda pensavam no quanto seria bom estarem juntos. E a voz grave e macia continuava cantando, ela ainda dança, ele ainda sorri. “Let it be me” e ele se sentia sortudo, por amar aquela garota, aquela menina-mulher. “Always let it be me” e ela sabia que era muito bom amá-lo, ele era perfeito para a vida dela.
And I love you so” e não importa mais nada... É quando ela pega o telefone. “I guess they understand” e ele atende. “Que bom que você ligou”... “Eu só precisava ouvir sua voz”... “Sinto sua falta”... “And I love you so...” Olhos fechados, vozes que entregam um carinho enorme, almas que emanam e se misturam. “You don't have to say you love me” e nada mais foi dito. “Vou desligar...” “ bom...” sussuros de “te amo” foram mais sentidos do que ouvidos.
O piano na música, que ainda toca, traz uma nostalgia e um desejo consigo. O desejo de que não haja distância, não haja diferença, não haja barreiras. Desejo de amar sem limites, de possuir, libertar e deixar consumir, de ser um do outro e ver os verões passarem arrastados nas pontas dos pés de quem se senta no jardim e observa o céu.
"If I can dream”, se o sonho fosse doce, se fosse real, se fosse profundo, se fosse com ele, se fosse com ela, se fossem os dois juntos, se houvesse o sonho, seria este melhor do que filme, melhor do que esconder os dedos na coberta para entrelaças as pernas no frio enquanto se abraçam.
Quer saber? A distância não importa, enquanto eles se amarem nada importa. Porque os olhos se fecham e lábios se tocam, porque é tudo de corpo e de alma, coração e o que mais fizer parte de um e outro. Porque o amor é uma canção suave, de voz grave e macia, com um piano que põe ritmo na alma, cordas, que dedilhadas, elevam as sensações e um palco cheio de dois. Porque o amor é o que sentem e só.
"And I can't help fallin' in love with you”.

Hanny Writter
25/03/2012

quinta-feira, 22 de março de 2012

Sonho


"Nem um beijo, nem uma certeza, mas foi perfeito."


Sorri, sozinha, e novamente se vira na cama. "Sei que é só um sonho... Não quero acordar". Quanto tempo ela poderia se segurar naquela pequena ilusão? Quanto tempo dura um sonho? Dentro daquele sonho ela ainda era amada, e ainda ama. Ama um ele que não está ali de verdade, que não se sabe como realmente vai. Ama.
Por quanto tempo ainda sonha? Por quanto tempo vai dormir? Ela sente a alma "voltar" para o corpo, sabe que acordou, mas continua de olhos fechados e imaginando o que poderia vir depois, até onde iria aquele sonho para deixá-la satisfeita de sonhar? Ela teria depois para quem contar? Ou ela vai preferir guardar aquela lembrança? Um sonho... e ela, por estar tão feliz, talvez nostálgica, não sabe mas nem se foi certo ou errado, foi sonho, só sonho... ?
Já acordada, mas ainda na cama, ela procura se lembrar de detalhes, tentar lembrar-se do sonho por inteiro, talvez seja melhor escrevê-lo na agenda, rápido... para que possa ler depois, quantas vezes quiser, e lembrar-se das sensações, dos sorrisos. Ela pôde sentir tudo, os olhares dele, e só dele, o cheiro, o toque da pele e o sonho não passou disso... olhares, cheiros e leves toques de pele. Nem um beijo, nem uma certeza, mas foi perfeito. "Não, não vou guardar, não vou arriscar minha pouca racionalidade com tanta fantasia, não vou me iludir com minha própria imaginação. Não". Minha própria imaginação.
É, não importa o que mude, não importa o tempo que passe, e o que passe, algumas coisas são para sempre dentro dela. Para sempre uma lembrança, um conto de fadas, uma ilusão. Para sempre aquele sentimento de menina, as idealizações de perfeição, uns momentos bonitos e é isso. O que o romantismo não faz!

Hanny Writter
22/03/2012

terça-feira, 20 de março de 2012

Bom dia


"Então ele pára, ela se senta na cama, olhando para ele, que se ajeita no colo da moça mais do que depressa."


E ela sente o roçar da barba, nariz e boca em seu pescoço, que a fazem sorrir, corar e arrepiar ao mesmo tempo, ele veio acordá-la. Ela abre, timidamente, os olhos enquanto ele a observa, meio enterrado nos cabelos da moça, bem de perto. Ela mantem um olho aberto, fecha o outro e faz uma "caretinha", ele ri, ela fecha os olhos e espreguiça. "Bom dia", "Uuuhm, bom dia" "Vamos levantar?" ela ri, " tão bom aqui..." e o abraça.
Ele retribui o abraço, encosta o rosto no pescoço dela novamente, ela sorri e o abraça mais forte, acreditando que vai poder dormir mais. De repente ele começa a fazer cócegas e a repetir "Levanta, preguiçosa!" e sorrir. Ela, tentando se livrar das cócegas, cai na gargalhada. Então ele pára, ela se senta na cama, olhando para ele, que se ajeita no colo da moça mais do que depressa. "Não era pra levantar? Então bora, menino!", mas ele a abraça e continua a observá-la, os cabelos ainda bagunçados, a carinha de sono, a pele, o sorrisinho.
É por isso que ela o ama, o carinho, a atenção, o olhar perdido, o jeito... jeito do qual não consegue esquecer.

Hanny Writter
21/03/2012