domingo, 29 de maio de 2011

Sorrisos indecisos




"a raiva ou qualquer outra coisa que ela sentia desaparecem, deixando espaço apenas para a vontade incontrolável de se fundir a ele"


Como em outro dia qualquer, ela acorda, apoia o peso do corpo ainda dormente na pia, enquanto escova os dentes e observa os olhos fundos e resistentes no espelho. Passa as mãos molhadas no rosto, suspira forte e começa a tirar o pijama, desliza as mãos, ainda úmidas, pela cintura enquanto entra debaixo do chuveiro.
Com a mão no registro, fecha os olhos enquanto sente o primeiro jato de água, que cai sobre a cabeça, escorrer pelo corpo, que agora sim passa a acordar. Ela permanece imóvel sob o chuveiro por uns 30 segundos, e então começa a se lavar. A água, quente, faz com que o cheiro do sabonete tome conta do box, ela respira mais forte algumas vezes para sentir o cheiro agradável.
Fecha o registro, pega a toalha macia e seca a pele, os olhos fechados de saudade, pendura a toalha no suporte e sai pelo quarto, ainda nua, em busca de alguma roupa que não a faça pensar n'ele novamente. Se veste, sai do quarto em direção à cozinha. Remexe a geladeira em busca de algo para comer, anestesiada por lembranças, nem repara quando fecha a geladeira e prepara o pão para comer.
Deita no sofá enquanto faz um pouco de carinho no cachorrinho, alegre por vê-la acordada, que a faz sorrir pelas gracinhas que fazia para chamar a atenção da moça. Adormece no sofá, abraçada ao cachorrinho e ali fica até que o telefone toca. Se levanta, atende a ligação, era engano...
Olha no relógio, pega a bolsa e sai de casa. Entra no carro, joga a bolsa de lado, verifica o retrovisor, respira forte e dá partida no carro. Quase em piloto automático, chega ao destino, estaciona o carro e percebe que seu corpo e inconsciente a levaram para a porta da casa dele, a fez voltar pra onde dizia não queria estar. Percebe que já era tarde para fazer de conta que não esteve lá, já que havia tocado a campainha e respondido o interfone antes de perceber que estava lá.
Se culpa e chama-se de idiota várias vezes até que ele abre o portão e aquele olhar que só ele tem invade a mente da garota. Os olhos, cheios de sede, dela percorrem o rosto, cabelos, boca, ombros, braços do rapaz, a raiva ou qualquer outra coisa que ela sentia desaparecem, deixando espaço apenas para a vontade incontrolável de se fundir a ele. Ele sorri, se aproxima, passa o braço pela cintura dela, a abraça forte, olha nos olhos dela enquanto se afasta um pouco e diz "Vamo entrar, acabei de por um filme pra assistir, vem" e a pega pela mão.
Abraçados no sofá, dedos entrelaçados, a cabeça dela repousada no peito dele, o filme, o carinho, o calor, a saudade, ela nem se lembra mais do porque de estar nostálgica mais cedo, isso é se ela lembra-se de mais cedo.

Hanny Writter
29/05/2011


Olá! Este nem é o texto que eu havia escrito antes, na verdade... nem me lembro de onde o guardei! haha Bem... só para atualizar (:

Um comentário:

  1. Hum... que delícia. Essa sensação de se fundir à alguém, começando pelos olhos...

    Beijo, sua linda!

    ResponderExcluir