quarta-feira, 20 de julho de 2011

De quem é a culpa?


"Você e sua mania de pensar que me intimida..."


Ela olhava fixamente nos olhos dele... Sabe quando se olha tentando ver além do rosto? Simplesmente o encarava, aquilo, ao invés de fazê-lo sentir-se incomodado, dava cada vez mais força, como a tentativa dela de intimidá-lo o fizesse ter a certeza de que ela o queria. Ela colocou mais ironia no olhar e arqueou a sobrancelha, como quem diz "Ah, então você se acha foda, é?" e ele sorriu.

Por fora ela era pedra, forte, segura, certa, inalcançável. Por dentro... ah, por dentro ela era lava, quente, insegura, ardente e louca, completamente louca... por ele. O mesmo ele que continuava a sorrir, que continuava a provocar e a fazê-la querer entrar em erupção, de raiva, vontade, ou os dois. Foi quando ela tentou dizer "O que..." "Shiu" ele a interrompe enquanto toca levemente com o dedo indicador nos lábios avermelhados dela, parecendo aproveitar muito mais o passeio pela carne rubra e macia do que de fato querer calar a mesma, "Você e sua mania de pensar que me intimida..." sorriu e ela quis esmurrá-lo, "Sua sorte é que você é linda demais... E sempre me deixa louco quando fica assim, nervosinha." ele termina de dizer e chega um pouco mais perto, a fazendo tremer por dentro, mas ela insiste na máscara que usa. "Nervosinha o cara*" ela pensa enquanto levanta mais ainda a sobrancelha esquerda, revira os olhos e balança a cabeça. "Você e sua mania de pensar que eu sou vulnerável a absolutamente tudo que você faz..." ela responde e, com as pontas dos dedos, empurra o rapaz para trás, "Amor, você não precisa fazer de conta que não quer me beijar, eu sei que você quer..." ele sorri, faz aquela cara de cachorrinho abandonado e chega mais perto, perto o suficiente para deixá-la completamente envolvida pelo garoto. Ele e o hálito fresco que a faz lembrar de tudo aquilo que ele a faz sentir.

Ela já havia quase fechado os olhos, quando 'recuperou' a consciência e o empurrou pelo ombro novamente, "Querido, acho melhor você parar com esse teatrinho de 'meu amigo disse que funciona', ok?" ela continuava séria, "Se for para errarmos nesse relacionamento, que sejam erros NOSSOS..." ela desencosta da parede, chega perto dele, ainda com cara de brava, e continua, praticamente apontando o dedo para ele, "Você poderia ser o namorado perfeito, sério, tem tudo pra ser! O único defeito que te faz ficar longe disso é ouvir seu amigo." ele se sente praticamente ofendido, quem ela pensava ser para falar dos amigos dele? Mas ela continua "Ele pode ser gente boa, ser o que for, mas ele não me conhece, ele não sabe o que vai me fazer querer estar com você, ele não é o meu namorado."

Ela suspira, olha mais uma vez para a boca do rapaz, que sempre a deixa zonza só de lembrar do toque, mas, ao invés de ouvir o próprio instinto que gritava "vai, esquece isso, beija ele, abraça ele, aceita que ele é seu!", ela virou as costas, fechou os olhos e começou a andar. Não rápido o suficiente para sumir da frente dele antes que ele caísse na real, a puxasse pelo braço e atendesse ao que o instinto queria. Com certeza o beijo mais sincero, com a maior demonstração de carinho, mais real, que ela já havia recebido. Ele desencosta os lábios dos dela enquanto encosta a própria testa na da moça, passando a mão por trás da cabeça dela, entrelaçando os dedos nos cabelos compridos e cheirosos que ela tem, ainda de olhos fechados ele diz "Você tem razão, você não é dele, você é minha, e eu prometo que vou cuidar pra que você continue sendo..." ela sorri, não consegue responder nada, só encosta a cabeça no ombro dele e o abraça. Agora sim, ela sentiu que naquele rapaz ela encontrava O namorado.

Hanny Writter
agora também no tumblr!!
http://hannywritter.tumblr.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário